Porque nenhum cineasta amou tanto o vermelho quanto Pedro Almodóvar
Texto de Guilherme Guimarães
Dia 25 de setembro, o ícone do cinema espanhol faz 71 anos. Destes, pelo menos 40 foram dedicados à Sétima Arte. Seus filmes são poesias audiovisuais, narradas, geralmente, por personagens fortes, destemidas e marcantes.
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Alto lá!
Nem tudo o que o diretor fala é sobre a sua mãe. Nem sobre a minha. Mas não há como negar que tanto a dele quanto a minha, as nossas mães, sempre estiveram e sempre estarão lá, representadas em seus filmes. Ora pela histeria incontestável de mulheres à beira de um ataque de nervos ora pela sutileza delicada de abraços partidos ao vento. O flamenco coreografado por ele é universal e todos sabem dançar.
Almodóvar clama em sua obra: fale com ela! Fale com elas! Ouça as vozes da liberdade. As doces e agudas vozes da paixão. Ata-me! Entregue-se! Seja libertado também. A lei do desejo é esmagadora e insuperável. Deixe a carne trêmula falar mais alto nessa hora.
E, nessa hora... Ah... nessa hora... Viva a má educação. Aquela que sua mãe não te deu e que a vida te ensina. Aquela que é negada à alma dos obedientes. Viva completa e intensamente. Porque a pele que habitas e a pele que habito é uma só. Apenas uma. Uma para toda a eternidade. Então, viva, ame, beije! Sofra por amor! Goze. Goze muito! Grite! Pois os amantes são passageiros e ninguém nunca amou tanto o vermelho como Julieta amou seu Romeu.
Viva os 71 anos de Almodóvar! Viva a paixão.
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