O fenômeno Mamonas Assassinas
Antes de se tornarem nacionalmente conhecidos, Sergio Reoli, Bento Hinoto e Samuel Reoli decidiram formar uma banda, em 1989. A Utopia basicamente fazia cover de bandas nacionais, como Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Ultraje a Rigor, dentre outras.
Numa das apresentações, no Parque Cecap, no ano de 1990, o público pediu que tocassem "Sweet Child o' Mine", do Guns N'Roses. Por não saberem a letra, um dos espectadores se voluntariou para cantar. O voluntário era Alecsander Alves, o Dinho, que também não sabendo direito a letra, embromou, arrancando risos do público.
A divertida performance de Dinho junto com com a Utopia, fez com que fosse integrado definitivamente no grupo. Apesar de se apresentarem pela capital paulista e pela região metropolitana, o primeiro e único disco, de 1992, da Utopia foi um fracasso. No mesmo ano a banda contou com a entrada de Júlio Rasec.
Mudando o perfil, gravaram uma demo no estúdio de Rick Bonadio em 1994. Em 1995, já com novo nome, a banda assinou contrato com a EMI Odeon, após João Augusto Soares assistir um show com seu filho e por insistência do próprio.
Em maior de 1995, os membros do Mamonas Assassinas viajaram para Los Angeles para gravar o seu único disco de estúdio.
O sucesso da banda foi instantâneo. Já morando em João Pessoa a mais de 1 ano, lembro da Jovem Pan ser a primeira rádio a tocar as músicas da banda. "Vira-vira" passou a ser tocada várias vezes por dia. Junto com outras bandas, muitas se apresentando até hoje, o Mamonas realmente se destacou. Assim como "Vira-vira", as outras músicas que passaram a ser tocadas também eram muito engraçadas.
Logo, "Pelados em Santos" também virou hit nas rádios, além da Jovem Pan de João Pessoa. Geralmente as rádios de João Pessoa, com exceção da Rádio Cabo Branco, tocavam praticamente somente "Forrós de plástico" e Axé. Rapidamente, quase todas as músicas do Mamonas Assassinas estavam tocando nas rádios.
Meteoricamente, eles estavam em vários programas de TV. O Mamonas Assassinas conseguiu agradar a todos os públicos. Crianças, adultos, idosos, todos ouviam e riam das letras, do estilo, das paródias e da estética das apresentações da banda. Talvez, o Mamonas Assassinas tenha sido a única banda da história a conseguir fazer com que rockeiros, funkeiros, forrozeiros, sertanejos, fãs de MPB, etc, gostassem da mesma coisa.
Lógico que várias bandas antes ou depois do Mamonas, conseguiram fazer sucesso, mas agradando um grupo específico de fãs. O Mamonas conseguiu a proeza de agradar públicos de vários gêneros. Formou o seu público fiel, mas praticamente todos os brasileiros sabiam de cor pelo menos duas ou três letras da banda.
Só se falava do Mamonas, só se ouvia Mamonas. Quem tocava violão, estava começando a tocar as músicas da banda. O Mamonas Assassinas se tornou unanimidade no Brasil, com praticamente todas as faixas de seu disco alegrando as pessoas, apesar de críticos musicais acharem a banda um grupo de humor.
E da mesma forma meteórica com que surgiram, se foram. tragicamente no dia 2 de março de 1996. A morte prematura de todos os integrantes do Mamonas Assassinas causou uma comoção nacional. No auge, a banda que tocava humor e comédia, deixou de existir.
O Mamonas Assassinas ainda hoje é lembrado. E com méritos. Afinal não é sempre que uma banda consegue atrair a atenção do público de outros gêneros de forma tão carismática.
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